segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Depende da leveza.


Vou olhando ao meu redor e descubro que as coisas que quero e já tentei levar na vida não podem ser levadas, ultrapassam os tamanhos que me é permitido!

Sem medo vou descobrindo que partir é experiência inevitável de sofrer ausências e perdas, e aí que vejo o encanto de ir e descobrir o poder da ausência que nos ajuda a calcular o valor do mundo que nos pertence, e queremos deixar.
De repente chegam os excessos que nos pesam e nos desestimulam de viver, por isso é tão necessário partir, sair na direção das realidades, das coisas normais que nos ausentam, correr o mundo pra ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar, e deixar esse coração um pouco mais mole.

Ir ao encontro do outro é também fazer uma viagem, e é bom não levar muita coisa, não é bom levar o medo das ausências ao pular o muro da vida alheia, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu e antes não se percebia; não leve os seus pesos pra ninguém; eles não lhe permitirão encontrar a vida que precisa ser cuidada!

E então é questão de escolha fazer a 'viagem' sem pedras a carregar, depende da leveza de cada um..

Vá bem leve - mas se leve.

(Numa noite de culpas, em mais uma apenas, logo são tantas; vento e voz abafadas nessa noite, deixa estar..)